Ela era São Paulo. Tinha pressa e não sabia dizer “Eu te amo” com facilidade. Sempre criava situações para presenteá-lo com a frase que expressava o mínimo do que ela realmente sentia. Apesar de muito insinuante -no sentido encantador- para o amor, ela era garoa e céu cinza. O que sentia por ele era cuidadosamente cultivado bem no interior do coração, pronto para apresentar-se num olhar. As estradas insistiam em interromper o que já estava ligado a muito tempo, mas ela estava sempre pronta a passar por cima de tudo por um amor carioca. Ela precisava de coisas concretas, esse amor não estava só em suas mãos, mas seu medo não podia deixa-la ver que ele a amava muito, muito, muito, muito… Ele era sua vida, mas ela não podia se perder.
Ele era Rio de Janeiro. Era cauteloso e sentia por ela o mesmo que todos sentiam quando visitavam pela primeira vez o Corcovado. Ele mantinha-se lúcido e racional o tempo todo e via nela, a beleza do Pão de Açúcar, mas sabia que não podia fazer coisas desesperadamente. Ele era 40° e não tinha dificuldades para dizer o quanto a falta dela tornava sua cidade tropical fria e distante dele mesmo. Ele fingia estar no controle da situação, mas sabia que diante dela era inofensivo. Ele pedia com palavras, mas muito mais com o coração que sua garota se cuidasse. Sabia que não podia mudar o jeito escandaloso e cativo da garota paulista, mas conhecia aquela essência e sabia também que no fundo, aquele coração era todo dele…
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