sábado, 21 de maio de 2011

A menina e o pássaro encantado


Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais :era encantado.Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre, e vinha quando sentia saudades... As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda e plumas fofas como o algodão...
_Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das arvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti...
E assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
_ Venho de uma terra queimada pela seca , terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol,  e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre. Mas chegava a hora da tristeza.
_ Tenho de ir – dizia
_ Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar... – E a menina fazia beicinho...
_ eu tambem  terei saudades – dizia o pássaro – eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam de água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. È aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar. Assim ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma idéia malvada “ Se eu prender numa gaiola, ele nunca mis partirá.Será meu pra sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz...”    Com estes pensamentos,  comprou uma  inda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou a espera. Ele chegou finalmente maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro...
_ Ah! Menina... O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu  esquecerme- ei das histórias... Sem a saudade, o amor ir-se-á embora...
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas  não foi isso que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram- se num cinzento triste. E veio o silêncio : deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o  pássaro que ela amava. E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não agüentou mais. Abriu a porta da gaiola.
_ Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres...
_ Obrigada menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começaram a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar... e partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
_ Que bom – pensava ela – o meu pássaro está a ficar encantado de novo... E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra. _ Nunca se  sabe. Pode ser que ele volte hoje...Sem que ela se percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer  lado e de qualquer lado haveria de voltar.
Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda  em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama... e foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “ Quem sabe se ele voltará amanhã...” E assim dormia e sonhava com a alegria do reenconto.
Autor desconhecido

Esse texto é pra mostrar que não devemos fazer com quem amamos, o mesmo que a menina fez com o pássaro encantado, devemos deixar livres quem amamos. Saudade é uma coisa ruim de sentir sim, é um aperto no coração, uma coisa horrível de se sentir, mas ao mesmo tempo é uma sensação deliciosa. Deixe livre pra voar quem se ama, se voltares porque te amas também , se não voltares é porque seu nunca foi
Por hoje é só gente. Beeeijos ;*

Nenhum comentário:

Postar um comentário